terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Uma cadeira na varanda

Era noite. No Hotel Jangadeiro tinha uma espécie de varanda feita de madeira marrom. Todo mundo estava por aí: jogando vôlei, na piscina, sinuca, ou no Bar da Joana. rsrsrs. Eu e Mateus: uma cadeira na dita varanda. Sentei no colo dele, encostei a cabeça no ombro dele e me lembro exatamente o que eu falei: "Mateus, se eu pudesse guardaria esse momento em uma caixa. Olha como ele é especial: Nós dois aqui, o som do mar, o céu, esse vento." Quase completei: o mar está aí e eu não estou molhada ou suja de sal, que alegria!!! No colo dele eu estava protegida, aquecida, bem cuidada. Meu pensamento era só aquilo. Ele não era a pessoa mais importante da minha vida, mas eu extraí daquele momento a felicidade completa. Aquele era o meu momento. Consigo me lembrar tão nitidamente dele, que parece uma fotografia. Uma fotografia bela. Dizem que um corpo bonito é aquele que tem uma pessoa feliz dentro. Naquela fotografia, eu estava linda.
 Outra noite pós treinamento, deitamos em uma rede na varanda. Me lembro que estava de calcinha de renda preta e uma sainha. A pessoa desceu do quarto pronta para o crime. Eu saí a vilã. A gente brincou com isso. Ninguém sai de calcinha de renda preta para não mostrar né? Honestamente, o preto é a cor mais sensual e renda, não existe mais linda. Aquelas rosas pretas criando pudor e nudez, deixando a pele um pouco coberta, um pouco exposta. Se eu escolher uma calcinha como presente, será essa. Aliás, uma coisa que ensinarei ao meu filho : Dê calcinha de presente. Como vendo lingeries, sempre empurro uma para meu irmão dar à noiva.  Nas outras culturas, as mães orientam os filhos a como se comportarem com uma mulher. Acho que por isso, temos péssimos amantes. Quem orienta nossos filhos são os pais, e claro, eles os ensinam a se satisfazem. Está aí o resultado.
      Um dia, cheguei na casa da minha ex sogra e o primo do meu filho, de seis anos, que nem é muito bonito, me interrompeu e disse: Artur, olha como sua mãe está linda hoje. Eu pensei: "Se Artur não se cuidar, vai perder as namoradas para o primo. E, sinceramente, é justo." Chamei o pai dele e disse: Diego, esse teu filho é ganhão!
       De volta para a rede: Mateus saiu da rede e ficou balançando-a. César passou e disse: Olha o besta o que é que está fazendo. Eu, que fingia dormir, abri os olhos e disse: Mateus, o povo já pensa que eu faço o que quero contigo, aí vê você fazer isso, vai ter certeza.
      Bom, esses são os alfarrábios dessa viagem dupla. Aprendam: Um homem com um vinho e duas taças, merece um texto.




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