Bem, depois de tanto chatear, VSQ (Você sabe quem), deixei-o (é bem o termo) dormir e fui conversar com Mateus. Falei para ele que iria escrever sobre nós. As boas lembranças precisam ser escritas, guardadas. As coisas boas, devem ser relembradas, repetidas. As ruins, a gente vai esquecendo e faz de conta que são páginas de um livro velho, então, entregamos às traças. Bem, queria saber de Mateus, se o VSQ de agora gosta de mim, porque- falei para ele- "eu só gosto de quem gosta de mim, eu não desperdiço meu amor com quem não quer. Se ele disser que não gosta eu esqueço em três dias". E é verdade. Eu encaro a pessoa como um vício e a minha tristeza como crise de abstinência. E primeira coisa. Engulo o orgulho. Todo mundo pode levar fora, eu já dei "foras", e estou levando um agorinha mesmo. Frustração? Ai, a dor é incomensurável, não tenho como lhe descrever o quanto, mas, afinal de contas: ninguém morreu, eu não perdi o emprego, tem dinheiro na minha conta, meus filhos estão ótimos, perfeitos e saudáveis. A viagem apenas acabou, e eu ainda quero ser juíza. Poderia ser pior, viu. Eu poderia estar casada com um purgante que ligaria a luz na minha cara enquanto eu estivesse dormindo e ainda teria que "abrir as pernas" sem vontade para manter um casamento de fachada. De tanto as coisas irem saindo da minha vida, fui aprendendo com o jogo do contente da Pollyanna. Nayane, sugestão de livro para Larinha, e para Marina também.
Bem, voltando para Mateus. Foi em 2013. Eu namorava Leonardo, e gostava um bocado. Ele não era muito bonito, mas fazia eu me sentir a mulher, e eu, achava que ele era um homem até descobrir uma traição. Bem, joguei o celular dele na parede e blá, blá, blá... Depois, a gente voltou e dias depois, acabou por telefone. Chorei a noite inteira, cheguei ao IBGE com o olho do tamanho de uma ervilha. Lembro de ter dito a Camila: "Chorei ontem, porque quando eu chegar ao treinamento eu quero estar linda". E fui para o treinamento. Vez ou outra eu ligava para ele. O fato é que coloquei as melhores roupas na mala, lente de contato, chapinha e tudo. Minha casa cinco é em leão, então, quando eu vou, vou com tudo. Aí, sabe, né. Os antigos do IBGE, passando dos cinquenta, sem esposa por perto, aproveitam para cantar as meninas para se sentirem viris. Acho isso entojante, mas prefiro narrar superficialmente a circunstância. Dia de abertura, olhei a sala inteira tal como uma caçadora. Não vi nada que me interessasse. No dia seguinte, pela manhã, vi aquela coisa linda. Lá estava Mateus. Dificilmente eu me encanto por alguém que se encanta por mim também, mas, aconteceu. Eu só me lembro de ter passado dias ligando para Leonardo e quando, enfim, eu percebi que poderia rolar alguma coisa com Mateus, pensei "rapaz, quer saber, eu estou namorando só. Leo fez a escolha dele". O meu medo era voltar para Leonardo e ter que contar que eu tinha ficado com outro. Porque, contar, eu contaria, com certeza. Então, era a hora de decidir e de romper todos os laços, era hora de voltar da viagem Leonardo. Viajei para Mateus. Mateus chegou com taças de vinho. Aquele era o lugar perfeito, o romantismo perfeito e eu transformaria Mateus no home perfeito daquele momento. Ele foi. Era quarta à noite e eu odeio praia, mas tinha a noite, as estrelas, a lua, o céu, o som do mar, e eu gosto de tudo isso. E por aqueles dias, Mateus foi a melhor coisa do mundo, ele foi o homem perfeito, no lugar perfeito. Ele foi a viagem incrível. Um home que chega com vinho e duas taças, merece um texto!!!
Como eu disse antes, sexo é a última coisa para uma mulher como eu. Eu encaro como o prêmio que eu dou quando é merecido, a primeira vez que a gente inventou de fazer, foi tal qual a viagem Mateus: romântica, única. Foi na areia da praia, ao lado de uma jangada, perto do mar. E o que eu mais gostei naquilo? Mateus limpando minhas costas cheias de areia.
Mas, a prévia foi cruel. Mateus ligou para a farmácia para pedir preservativo e pediu sais de Eno junto, para disfarçar. Quem recebeu foi o Canário, nosso supervisor. Fui ao outro mundo de vergonha. Mas, sei lá, aquela altura, todo mundo já devia achar que já tinha acontecido. Acho que só aconteceu na sexta. Fiquei com vergonha mesmo assim.
Durante o treinamento, a gente ficava perto, mas mantinha a postura, afinal, aquilo era trabalho. Isso deixava tudo mais envolvente. Me lembro de ele me seguindo, pegando no meu cabelo e me chamando de Morena. Quando eu acordava, voava para o restaurante. Ele era o último a chegar, mas sentava na mesa que eu estivesse, ainda que fosse no lado oposto ao meu. Vez ou outra eu sentia uma menina cercando-o, e eu, a territorialista, ficava louca. Ele sempre estava por perto. Almoçava comigo, brincava na piscina só comigo e era só meu. Do jeito que o meu egoísmo gosta. Meu, meu e meu.
PS do Mateus (ele está me ajudando no texto). Estava rolando felicidade do Jeneci no meu note.
PS do Mateus (ele está me ajudando no texto). Estava rolando felicidade do Jeneci no meu note.

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