Pensei, novamente, em mudar o nome do meu blog para crônicas e canções. Algumas pessoas, talvez, não entendam porque escrever tanto sobre si. Não sei, mas isso me lembra Clarice. Escrevo, porque são muitos pensamentos que não consigo organizar. Existe um Grande Conflito dentro de todos nós. Meu inconsciente, como já disse, me faz esquecer algumas coisas que me impactam, mas, às vezes, precisamos nos lembrar para que haja superação. E nessas crônicas que escrevo, existe um misto de poesia e dor que tocam suavemente com uma melodia de Chopin. Você já descobriu minha autora preferida e o meu clássico favorito. Estava pensando sobre isto essa manhã, porque lembrei dele novamente. Para ser honesta, ele quase não me deixou estudar ontem. Ele toca suavemente no meu ouvido como uma canção bonita. Penso que o que faz alguém ser bonito é o quanto ela nos faz sentir especiais. Ele me perguntou porque eu não insisti. Ninguém valoriza quem insiste, e ele se assustou quando falei que não amo ninguém que não me ame. Simples assim. Naquele tempo, ele era o melhor lugar do mundo, e, eu gostava de ficar sentada na escada com ele, conversando sobre qualquer coisa e me perdendo nas horas. Sem ciúmes, sem aborrecimentos, sem ansiedade, e tenho a sensação de que naquele tempo, Deus derramou o céu sobre nós. Nós tínhamos o que eu chamo de namoro limpo. Em um namoro limpo, temos a oportunidade de perceber nitidamente as nuances da personalidade de alguém. Ele foi um alívio para mim, que vivia de qualquer jeito na casa da tia, que quase não tinha amigos e que vivia sozinha naquela selva de pedras. Não sei se seria melhor não ter reencontrado aquela nuvem que estava guardada tão profundamente. Não consegui, por mais que tenha procurado, achar onde tropecei nessa história. Mas, quando fecho os olhos, vejo aquela escada, nós dois sentados e ele passando a mão nos meus cabelos, como se aquele menino, mais novo que eu, fosse capaz de me proteger. Ele me protegia, porque, o carinho me fazia sentir a pessoa mais importante do mundo. Em qualquer lugar em que eu estivesse, aquela nuvem estaria sobre a minha cabeça. Eu sabia para onde correr depois de tudo. Todo o cuidado, respeito e palavras amáveis foram essa nuvem. Fico pensando naquela foto, porque ela vai me levar de volta para lá. Eu, chegando do colégio e indo para a casa dele. O resto dos meu pensamentos, ainda não organizei. Vez ou outra, subo na nuvem, perto do céu e fecho meus olhos.

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