sábado, 13 de abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
"Talvez eu seja um pouco de tudo que já li. Um pouco de tudo que meu olhar já aprendeu do mundo. Um pouco das belas músicas. Um pouco daqueles que me são queridos. Um pouco de múltiplos sentimentos e algumas fraquezas. Talvez eu seja um pouco do que você deixou em mim, mas em essência, o muito da minha essência, é algo delicado e misterioso…"
Rubem Alves.
Cinderella...
Sempre me identifiquei muito com a Cinderella, Mas não há princesa que eu admire tanto. quanto a Bella.
Existe um livro, " Fadas no Divâ" que examina a essência psicológica dos contos de fada. Ele deve dar uma explicação plausível para esta preferência. Eu sou assim. Minha essência é romântica, meio vitimizada. A minha admirável amiga seria a Bella. A Bella é autosuficiente, determinada, culta.
Existe um livro, " Fadas no Divâ" que examina a essência psicológica dos contos de fada. Ele deve dar uma explicação plausível para esta preferência. Eu sou assim. Minha essência é romântica, meio vitimizada. A minha admirável amiga seria a Bella. A Bella é autosuficiente, determinada, culta.
O que prende a vaca no pasto é o capim e não a cerca!!!
Mais fundamental que o amor é a Liberdade! A liberdade é o alimento do Amor!
O Amor é passaro que não vive em gaiola!Basta engaiolá-lo para que ele morra!
Ter ciúme é reconhecer a liberdade do amor!
O desejo de liberdade é mais forte que a Paixão!
Pássaro eu nã amaria quem me cortasse as Asas!
Barco eu não amaria quem me amarrasse no Cais!!
Rubem Alves
O Amor é passaro que não vive em gaiola!Basta engaiolá-lo para que ele morra!
Ter ciúme é reconhecer a liberdade do amor!
O desejo de liberdade é mais forte que a Paixão!
Pássaro eu nã amaria quem me cortasse as Asas!
Barco eu não amaria quem me amarrasse no Cais!!
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Jardins
Comecei a gostar dos livros mesmo antes de saber ler. Descobri que os livros eram um tapete mágico que me levavam instantaneamente a viajar pelo mundo... Lendo, eu deixava de ser o menino pobre que era e me tornava um outro. Eu me vejo assentado no chão, num dos quartos do sobradão do meu avô. Via figuras. Era um livro, folhas de tecido vermelho. Nas suas páginas alguém colara gravuras, recortadas de revistas. Não sei quem o fez. Só sei que quem o fez amava as crianças. Eu passava horas vendo as figuras e não me cansava de vê-las de novo. Um outro livro que me encantava era o “Jeca Tatu“, do Monteiro Lobato. Começava assim: “Jeca Tatu era um pobre caboclo...“ De tanto ouvir a estória lida para mim, acabei por sabê-lo de cor. “De cor“: no coração. Aquilo que o coração ama não é jamais esquecido. E eu o “lia“ para minha tia Mema, que estava doente, presa numa cadeira de balanço. Ela ria o seu sorriso suave, ouvindo minha leitura. Um outro livro que eu amava pertencera à minha mãe criança. Era um livro muito velho. Façam as contas: minha mãe nasceu em 1896... Na capa havia um menino e uma menina que brincavam com o globo terrestre. Era um livro que me fazia viajar por países e povos distantes e estranhos. Gravuras apenas. Esquimós, em suas roupas de couro, dando tiros para o ar, saudando o fim do seu longo inverno. Embaixo, a explicação: “Onde os esquimós vivem a noite é muito longa; dura seis meses.“ Um crocodilo, bocarra enorme aberta, com seus dente pontiagudos, e um negro se arrastando em sua direção, tendo na mão direita um pau com duas pontas afiadas. O que ele queria era introduzir o pau na boca do crocodilo, sem que ele se desse conta. Quando o crocodilo fechasse a boca estaria fisgado e haveria festa e comedoria! Na gravura dedicada aos Estados Unidos havia um edifício, com a explicação assombrosa: “Nos Estados Unidos há casas com 10 andares...“ Mas a gravura que mais mexia comigo representava um menino e uma menina brincando de fazer um jardim. Na verdade, era mais que um jardim. Era um mini-cenário. Haviam feito montanhas de terra e pedra. Entre as montanhas, um lago cuja água, transbordando, se transformava num riachinho. E, às suas margens, o menino e a menina haviam plantado uma floresta de pequenas plantas e musgos. A menina enchia o lago com um regador. Eu não me contentava em ver o jardim: largava o livro e ia para a horta, com a idéia de plantar um jardim parecido. E assim passava toda uma tarde, fazendo o meu jardim e usando galhos de hortelã como as árvores da floresta... Onde foi parar o livro da minha mãe? Não sei. Também não importa. Ele continua aberto dentro de mim.
Bachelard se refere aos “sonhos fundamentais“ da alma. “Sonhos fundamentais“: o que é isso? É simples. Há sonhos que nascem dos eventos fortuitos, peculiares a cada pessoa. Esses sonhos são só delas: sonhos acidentais, individuais. Mas há certos sonhos que moram na alma de todas as pessoas. Jung deu a esses sonhos universais o nome de “arquétipos“. Esses são os sonhos fundamentais. O fato de termos, todos, os mesmos sonhos fundamentais, cria a possibilidade de “comunhão“. Ao compartilhar os mesmos sonhos descobrimo-nos irmãos. Um desses sonhos fundamentais é um “jardim“.
Faz de contas que a sua alma é um útero. Ela está grávida. Dentro dela há um feto que quer nascer. Esse feto que quer nascer é o seu sonho. Quem engravidou a sua alma eu não sei. Acho que foi um ser de um outro mundo... Imagino que o tal de “Big-Bang“ a que se referem os astrônomos foi Deus ejaculando seu grande sonho e soltando pelo vazio milhões, bilhões, trilhões de sementes. Em cada uma delas estava o sonho fundamental de Deus: um jardim, um Paraíso... Assim, sua alma está grávida com o sonho fundamental de Deus...
Mas toda semente quer brotar, todo feto quer nascer, todo sonho quer se realizar. Sementes que não nascem, fetos que são abortados, sonhos que não são realizados, se transformam em demônios dentro da alma. E ficam a nos atormentar. Aquelas tristezas, aquelas depressões, aquelas irritações - vez por outra elas tomam conta de você – aposto que são o sonho de jardim que está dentro e não consegue nascer. Deus não tem muita paciência com pessoas que não gostam de jardins...
Menino, os jardins eram o lugar de minha maior felicidade. Dentro da casa os adultos estavam sempre vigiando: “Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...“ O Paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a se vigiar. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade. O jardim era o espaço da minha liberdade. As árvores eram minhas melhores amigas. A pitangueira, com seus frutinhos sem vergonha. Meu primeiro furto foi o furto de uma pitanga: “furto“ – “fruto“ – é só trocar uma letra.... Até mesmo inventei uma maquineta de roubar pitangas... Havia uma jabuticabeira que eu considerava minha, em especial. Fiz um rego à sua volta para que ela bebesse água todo dia. Jabuticabeiras regadas sempre florescem e frutificam várias vezes por ano. Na ocasião da florada era uma festa. O perfume das suas flores brancas é inesquecível. E vinham milhares de abelhas. No pé de nêspera eu fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado!
Crescido, os jardins começaram a ter para mim um sentido poético e espiritual. Percebi que a Bíblia Sagrada é um livro construído em torno de um jardim. Deus se cansou da imensidão dos céus e sonhou... Sonhou com um ... jardim. Se ele – ou ela – estivesse feliz lá no céu, ele ou ela não teria se dado ao trabalho de plantar um jardim. A gente só cria quando aquilo que se tem não corresponde ao sonho. Todo ato de criação tem por objetivo realizar um sonho. E quando o sonho se realiza, vem a experiência de alegria. Nos textos de Gênesis está dito que, ao término do seu trabalho, Deus viu que tudo “era muito bom.“ O mais alto sonho de Deus é um jardim. Essa é a razão porque no Paraíso não havia templos e altares. Para que? “Deus andava pelo meio do jardim...“ Gostaria de saber quem foi a pessoa que teve a idéia de que Deus mora dentro de quatro paredes! Um coisa eu garanto: não foi idéia dele. Seria bonito se as religiões, ao invés de gastar dinheiro construindo templos e catedrais, usassem esse mesmo dinheiro para fazer jardins onde, evidentemente, crianças, adultos e velhos poderiam balançar e tocar os pés nas folhas das árvores. Ninguém jamais viu a Deus. Um jardim é o seu rosto sorridente... E se vocês lerem as visões dos profetas, verão que o Messias é jardineiro: vai plantar de novo o Paraíso: nascerão regatos nos desertos, nos lugares ermos crescerão a murta (perfumada!), as oliveiras, as videiras, as figueiras, os pés de romã, as palmeiras... E lá, à sombra das árvores, acontecerá o amor... Leia o livro dos “Cânticos dos Cânticos“!
Pensei, então, que o ato de plantar uma árvore é um anúncio de esperança. Especialmente se for uma árvore de crescimento lento. E isso porque, sendo lento o seu crescimento, eu a plantarei sabendo que nem vou comer dos seus frutos e nem vou me assentar à sua sombra.... Eu a plantarei pensando naqueles que comerão dos seus frutos e se assentarão à sua sombra. E isso bastará para me trazer felicidade!
Rubem Alves
Comecei a gostar dos livros mesmo antes de saber ler. Descobri que os livros eram um tapete mágico que me levavam instantaneamente a viajar pelo mundo... Lendo, eu deixava de ser o menino pobre que era e me tornava um outro. Eu me vejo assentado no chão, num dos quartos do sobradão do meu avô. Via figuras. Era um livro, folhas de tecido vermelho. Nas suas páginas alguém colara gravuras, recortadas de revistas. Não sei quem o fez. Só sei que quem o fez amava as crianças. Eu passava horas vendo as figuras e não me cansava de vê-las de novo. Um outro livro que me encantava era o “Jeca Tatu“, do Monteiro Lobato. Começava assim: “Jeca Tatu era um pobre caboclo...“ De tanto ouvir a estória lida para mim, acabei por sabê-lo de cor. “De cor“: no coração. Aquilo que o coração ama não é jamais esquecido. E eu o “lia“ para minha tia Mema, que estava doente, presa numa cadeira de balanço. Ela ria o seu sorriso suave, ouvindo minha leitura. Um outro livro que eu amava pertencera à minha mãe criança. Era um livro muito velho. Façam as contas: minha mãe nasceu em 1896... Na capa havia um menino e uma menina que brincavam com o globo terrestre. Era um livro que me fazia viajar por países e povos distantes e estranhos. Gravuras apenas. Esquimós, em suas roupas de couro, dando tiros para o ar, saudando o fim do seu longo inverno. Embaixo, a explicação: “Onde os esquimós vivem a noite é muito longa; dura seis meses.“ Um crocodilo, bocarra enorme aberta, com seus dente pontiagudos, e um negro se arrastando em sua direção, tendo na mão direita um pau com duas pontas afiadas. O que ele queria era introduzir o pau na boca do crocodilo, sem que ele se desse conta. Quando o crocodilo fechasse a boca estaria fisgado e haveria festa e comedoria! Na gravura dedicada aos Estados Unidos havia um edifício, com a explicação assombrosa: “Nos Estados Unidos há casas com 10 andares...“ Mas a gravura que mais mexia comigo representava um menino e uma menina brincando de fazer um jardim. Na verdade, era mais que um jardim. Era um mini-cenário. Haviam feito montanhas de terra e pedra. Entre as montanhas, um lago cuja água, transbordando, se transformava num riachinho. E, às suas margens, o menino e a menina haviam plantado uma floresta de pequenas plantas e musgos. A menina enchia o lago com um regador. Eu não me contentava em ver o jardim: largava o livro e ia para a horta, com a idéia de plantar um jardim parecido. E assim passava toda uma tarde, fazendo o meu jardim e usando galhos de hortelã como as árvores da floresta... Onde foi parar o livro da minha mãe? Não sei. Também não importa. Ele continua aberto dentro de mim.
Bachelard se refere aos “sonhos fundamentais“ da alma. “Sonhos fundamentais“: o que é isso? É simples. Há sonhos que nascem dos eventos fortuitos, peculiares a cada pessoa. Esses sonhos são só delas: sonhos acidentais, individuais. Mas há certos sonhos que moram na alma de todas as pessoas. Jung deu a esses sonhos universais o nome de “arquétipos“. Esses são os sonhos fundamentais. O fato de termos, todos, os mesmos sonhos fundamentais, cria a possibilidade de “comunhão“. Ao compartilhar os mesmos sonhos descobrimo-nos irmãos. Um desses sonhos fundamentais é um “jardim“.
Faz de contas que a sua alma é um útero. Ela está grávida. Dentro dela há um feto que quer nascer. Esse feto que quer nascer é o seu sonho. Quem engravidou a sua alma eu não sei. Acho que foi um ser de um outro mundo... Imagino que o tal de “Big-Bang“ a que se referem os astrônomos foi Deus ejaculando seu grande sonho e soltando pelo vazio milhões, bilhões, trilhões de sementes. Em cada uma delas estava o sonho fundamental de Deus: um jardim, um Paraíso... Assim, sua alma está grávida com o sonho fundamental de Deus...
Mas toda semente quer brotar, todo feto quer nascer, todo sonho quer se realizar. Sementes que não nascem, fetos que são abortados, sonhos que não são realizados, se transformam em demônios dentro da alma. E ficam a nos atormentar. Aquelas tristezas, aquelas depressões, aquelas irritações - vez por outra elas tomam conta de você – aposto que são o sonho de jardim que está dentro e não consegue nascer. Deus não tem muita paciência com pessoas que não gostam de jardins...
Menino, os jardins eram o lugar de minha maior felicidade. Dentro da casa os adultos estavam sempre vigiando: “Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...“ O Paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a se vigiar. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade. O jardim era o espaço da minha liberdade. As árvores eram minhas melhores amigas. A pitangueira, com seus frutinhos sem vergonha. Meu primeiro furto foi o furto de uma pitanga: “furto“ – “fruto“ – é só trocar uma letra.... Até mesmo inventei uma maquineta de roubar pitangas... Havia uma jabuticabeira que eu considerava minha, em especial. Fiz um rego à sua volta para que ela bebesse água todo dia. Jabuticabeiras regadas sempre florescem e frutificam várias vezes por ano. Na ocasião da florada era uma festa. O perfume das suas flores brancas é inesquecível. E vinham milhares de abelhas. No pé de nêspera eu fiz um balanço. Já disse que balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado!
Crescido, os jardins começaram a ter para mim um sentido poético e espiritual. Percebi que a Bíblia Sagrada é um livro construído em torno de um jardim. Deus se cansou da imensidão dos céus e sonhou... Sonhou com um ... jardim. Se ele – ou ela – estivesse feliz lá no céu, ele ou ela não teria se dado ao trabalho de plantar um jardim. A gente só cria quando aquilo que se tem não corresponde ao sonho. Todo ato de criação tem por objetivo realizar um sonho. E quando o sonho se realiza, vem a experiência de alegria. Nos textos de Gênesis está dito que, ao término do seu trabalho, Deus viu que tudo “era muito bom.“ O mais alto sonho de Deus é um jardim. Essa é a razão porque no Paraíso não havia templos e altares. Para que? “Deus andava pelo meio do jardim...“ Gostaria de saber quem foi a pessoa que teve a idéia de que Deus mora dentro de quatro paredes! Um coisa eu garanto: não foi idéia dele. Seria bonito se as religiões, ao invés de gastar dinheiro construindo templos e catedrais, usassem esse mesmo dinheiro para fazer jardins onde, evidentemente, crianças, adultos e velhos poderiam balançar e tocar os pés nas folhas das árvores. Ninguém jamais viu a Deus. Um jardim é o seu rosto sorridente... E se vocês lerem as visões dos profetas, verão que o Messias é jardineiro: vai plantar de novo o Paraíso: nascerão regatos nos desertos, nos lugares ermos crescerão a murta (perfumada!), as oliveiras, as videiras, as figueiras, os pés de romã, as palmeiras... E lá, à sombra das árvores, acontecerá o amor... Leia o livro dos “Cânticos dos Cânticos“!
Pensei, então, que o ato de plantar uma árvore é um anúncio de esperança. Especialmente se for uma árvore de crescimento lento. E isso porque, sendo lento o seu crescimento, eu a plantarei sabendo que nem vou comer dos seus frutos e nem vou me assentar à sua sombra.... Eu a plantarei pensando naqueles que comerão dos seus frutos e se assentarão à sua sombra. E isso bastará para me trazer felicidade!
O que as pessoas mais desejam é ALGUÉM que as escute de maneira CALMA E TRANQUILA. Em SILÊNCIO. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que ESCUTA bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma LONGA e silenciosa escuta. É na escuta que o AMOR começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi PRESTANDO ATENÇÃO.
Rubem Alves
terça-feira, 9 de abril de 2013
Fanatismo
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
(Livro de Soror Saudade, 1923)
Florbela Espanca
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
(Livro de Soror Saudade, 1923)
por Rubem Alves
"O Luiz Fernando Veríssimo escreveu uma crônica hilariante
sobre a Páscoa. Foi um diálogo absurdo entre um menino, seu
pai e sua mãe, sobre o sentido dessa festa. A crônica termina
com uma observação justíssima do menino. Disse ele: "Eu acho
que ao invés de "coelho da Páscoa" deveria ser "galinha da
Páscoa..." Pois é claro. Todo mundo sabe que coelhos não
botam ovos. E todos sabem que galinhas botam ovos...
Confesso minha ignorância: não sei como é que o coelho entrou
nessa estória. Para início de conversa é preciso lembrar que
os textos sagrados não fazem referência alguma a esse
animalzinho fofo. Quem foi que teve a idéia de torná-lo o
personagem mais importante dessa celebração cristã?
Certamente um gozador. E para tornar a estória mais absurda,
fizeram com que os coelhos, que não botam ovos, botassem ovos
de chocolate... Nos tempos de Jesus Cristo havia chocolate?
Acho que não. Galinhas não são seres poéticos. Na poesia elas
sempre aparecem como bichos engraçados, cacarejantes, de
inteligência curta, cuja única função é botar ovos e serem
transformadas em canja. Assim é compreensível que vocês não
gostem da idéia de galinhas de Páscoa. Eu também não gosto.
Mas poderia ser "pombas de Páscoa". Pombas são seres
teológicos. Começando com a Arca de Noé. A se acreditar no
relato do Antigo Testamento Noé, para se certificar de que o
dilúvio acabara, soltou um corvo. Confesso que se eu fosse
Noé teria adotado um método mais simples. Teria aberto a
janela da arca e esticado o pescoço para fora. Eu veria,
então, que a chuva havia terminado e que as plantas já
estavam soltando os seus brotos. Será que Noé acreditava que
o corvo, depois de voar, voltaria para dar um relatório? Como
é que o corvo comunicaria os seus achados? O corvo ingrato
não voltou. Desde então eles ficaram aves de má fama,
injustamente. Vendo que o corvo não voltava e sem se dar
conta do método mais fácil que sugeri, ele soltou uma pomba.
Ah! Ave maravilhosa! Voou, viu, apanhou um ramo verde de
oliveira, e o trouxe para Noé! É preciso notar que as
oliveiras daqueles tempos extraordinários deveriam ser
diferentes das oliveiras de agora. As oliveiras de agora
certamente estariam mortas, depois de passar tanto tempo
debaixo d'água. Oliveiras não são plantas sub-aquáticas. Foi
então que, pelo galho de oliveira que a pomba lhe trouxera,
Noé ficou sabendo que o dilúvio havia chegado ao fim. Desde
então as pombas passaram a ser símbolos teológicos: símbolos
de pureza, símbolos de paz. Uma das telas mais comoventes de
Picasso é uma menina com uma pombinha nas mãos. De fato as
pombas têm um jeitinho de mansidão. O que não acontece com os
corvos negros de bico torto. Bom para os corvos, mau para as
pombas. As pombas passaram a serem usadas como aves a serem
sacrificadas no templo pelas razões mais incríveis. Se não me
falha a memória as mulheres, terminado seu período menstrual
de impureza, deveriam sacrificar pombas no templo para se
purificarem. Pobres pombas! O templo era uma sangüeira. Quem
quiser saber mais sobre a sangüeira do templo que leia o
livro de Saramago, "O evangelho segundo Jesus Cristo". Os
corvos, pela esperteza do primeiro corvo que não voltou,
ficaram livres desse triste destino. Vem então o Novo
Testamento que sacraliza definitivamente as pombas, ao
relatar que o Espírito Santo é uma pomba. Sobre isso leia-se
o poema de Alberto Caeiro em que ele conta como Jesus voltou
à terra, tornado outra vez menino. É lindo.
Brincadeira de lado, o embaraço dos pais e a pergunta do
menino revelam a confusão que marca essa festa. Ninguém sabe
direito o que é que está sendo celebrado. E, para dizer a
verdade, acho que são bem poucos aqueles que fazem alguma
celebração. Antigamente semana santa era coisa séria. Lembro-
me da procissão do enterro, os panos roxos, a banda de música
tocando a marcha fúnebre de Chopin, as matracas, as mulheres
mais piedosas carregando pedras na cabeça, como penitência...
Isso mesmo: as mulheres carregavam pedras na cabeça. Como é
bem sabido, Deus gosta de ver os seus filhos e filhas sofrer.
Isso para não dizer da quaresma que a antecede, tempo em que
as hostes do mal, demônios de todos os tipos, assombrações,
mulas sem cabeça, almas penadas, ficavam soltas e todo mundo
tinha medo de sair à noite. Sempre havia alguém que relatava,
pela salvação da mãe morta, que havia visto uma mula sem
cabeça numa encruzilhada à meia-noite. Meia noite era a hora
do medo. E no escuro ouvia-se o zunido sinistro dos berra-
bois. Semana Santa era um tempo metafísico, entre o céu e o
inferno.
Agora é diferente. Páscoa é domingo, pé de cachimbo, cachimbo
é de barro, bate no jarro, jarro é de ouro, bate no touro,
touro é valente, chifra a gente, a gente é fraco, cai no
buraco, buraco é fundo, acabou-se o mundo... Páscoa é fim de
semana santa, feriado de três dias, a praia está esperando,
hora de se preparar para a viagem...
Contou-me um sacerdote da Igreja Ortodoxa Russa que lá a
Páscoa é uma grande festa. O comunismo não foi capaz de
destruir a alma do povo. Pela manhã as pessoas saem pelas
ruas e se cumprimentam dizendo: "Cristo ressuscitou!" E o
outro responde, com uma risada: "Sim, ele ressuscitou!" ( A
obra sinfônica de Rimski-Korsakov "A grande Páscoa russa" é
linda". E agora percebo que faz muito tempo que não a
ouço. ) . Entre nós, país onde 99% das pessoas acreditam em
Deus ( acreditam porque acham que, se não acreditarem, é
capaz de ele, Deus, enviar algum castigo... ), a Páscoa é
como uma casca de cigarra presa no tronco de uma árvore.
Vazia. Morta. Não tem nada lá dentro. Mas já foi o corpo de
um ser vivo que, cansado de ficar preso na casca, criou asas
e voou. A Páscoa, com seus ovos de chocolate, é celebração
inconsciente de um tempo que não existe mais, tempo em que se
acreditava. Os ovos de chocolate, vocês sabem, são tão ocos
quanto as cascas de cigarra...
Na tradição cristã mais antiga a semana santa era um teatro,
o drama da vida dentro de uma casca de noz. Teologia mínima.
Duas cenas apenas. Primeira cena: a morte e o seu horror
parecem triunfar. Segunda cena: a vida sai do túmulo de
pedra, deixando-o vazio como uma casca de cigarra.
A Adélia diz: "De vez em quando Deus me castiga, me tira a
poesia. Olho uma pedra e vejo uma pedra..." Tem gente que
ouve o canto das cigarras e ouve apenas o canto das cigarras.
Tem gente que fala Páscoa e só vê ovo de chocolate. Pensam na
ressurreição como algo aconteceu, faz muito tempo, num lugar
distante. ( Impossível. mortos não ressuscitam. ) E pensam em
algo que acontecerá de novo num tempo distante, muito longe,
no futuro ( Impossível. Mortos não ressuscitarão.). Mas a
poesia não conhece nem o passado e nem o futuro. O passado
sobre que a poesia fala é presente na memória e nos
sentimentos. O futuro sobre que a poesia fala é presente na
esperança. Assim os poemas da ressurreição falam sempre do
presente. A Morte é agora. Nós somos o túmulo. "Quem anda duzentos metros sem vontade anda seguindo o próprio funeral vestindo a própria mortalha...' Muita gente morreu e não percebeu. Mas a Ressurreição pode acontecer também agora.
Tenho, no meu escritório, uma tela de Pierro della Francesca
( 1410 - 1492 ) chamada "Ressurreição". A pedra do túmulo
corta a tela em duas partes. Na parte de cima, com seu pé
sobre a pedra, o Cristo ressuscitado. Na parte inferior,
encostados à pedra, os guardas adormecidos. Perguntam-me
sobre o sentido da tela. Respondo que não sei o sentido da
tela. As telas têm muitos sentidos. Eu só posso dizer os
pensamentos que aquele quadro me faz pensar. E digo: enquanto
os guardas da morte estão dormindo, o divino que mora em nós
sai do sepulcro. Sabem disso as cigarras. Caminhando hoje pela manhã na fazenda Santa Elisa eu ouvi o seu canto. Já haviam deixado suas cascas nos troncos das árvores. Agora são seres alados. Cantam e voam, a procura
do amor...Acho que estão celebrando a Páscoa..."
sobre a Páscoa. Foi um diálogo absurdo entre um menino, seu
pai e sua mãe, sobre o sentido dessa festa. A crônica termina
com uma observação justíssima do menino. Disse ele: "Eu acho
que ao invés de "coelho da Páscoa" deveria ser "galinha da
Páscoa..." Pois é claro. Todo mundo sabe que coelhos não
botam ovos. E todos sabem que galinhas botam ovos...
Confesso minha ignorância: não sei como é que o coelho entrou
nessa estória. Para início de conversa é preciso lembrar que
os textos sagrados não fazem referência alguma a esse
animalzinho fofo. Quem foi que teve a idéia de torná-lo o
personagem mais importante dessa celebração cristã?
Certamente um gozador. E para tornar a estória mais absurda,
fizeram com que os coelhos, que não botam ovos, botassem ovos
de chocolate... Nos tempos de Jesus Cristo havia chocolate?
Acho que não. Galinhas não são seres poéticos. Na poesia elas
sempre aparecem como bichos engraçados, cacarejantes, de
inteligência curta, cuja única função é botar ovos e serem
transformadas em canja. Assim é compreensível que vocês não
gostem da idéia de galinhas de Páscoa. Eu também não gosto.
Mas poderia ser "pombas de Páscoa". Pombas são seres
teológicos. Começando com a Arca de Noé. A se acreditar no
relato do Antigo Testamento Noé, para se certificar de que o
dilúvio acabara, soltou um corvo. Confesso que se eu fosse
Noé teria adotado um método mais simples. Teria aberto a
janela da arca e esticado o pescoço para fora. Eu veria,
então, que a chuva havia terminado e que as plantas já
estavam soltando os seus brotos. Será que Noé acreditava que
o corvo, depois de voar, voltaria para dar um relatório? Como
é que o corvo comunicaria os seus achados? O corvo ingrato
não voltou. Desde então eles ficaram aves de má fama,
injustamente. Vendo que o corvo não voltava e sem se dar
conta do método mais fácil que sugeri, ele soltou uma pomba.
Ah! Ave maravilhosa! Voou, viu, apanhou um ramo verde de
oliveira, e o trouxe para Noé! É preciso notar que as
oliveiras daqueles tempos extraordinários deveriam ser
diferentes das oliveiras de agora. As oliveiras de agora
certamente estariam mortas, depois de passar tanto tempo
debaixo d'água. Oliveiras não são plantas sub-aquáticas. Foi
então que, pelo galho de oliveira que a pomba lhe trouxera,
Noé ficou sabendo que o dilúvio havia chegado ao fim. Desde
então as pombas passaram a ser símbolos teológicos: símbolos
de pureza, símbolos de paz. Uma das telas mais comoventes de
Picasso é uma menina com uma pombinha nas mãos. De fato as
pombas têm um jeitinho de mansidão. O que não acontece com os
corvos negros de bico torto. Bom para os corvos, mau para as
pombas. As pombas passaram a serem usadas como aves a serem
sacrificadas no templo pelas razões mais incríveis. Se não me
falha a memória as mulheres, terminado seu período menstrual
de impureza, deveriam sacrificar pombas no templo para se
purificarem. Pobres pombas! O templo era uma sangüeira. Quem
quiser saber mais sobre a sangüeira do templo que leia o
livro de Saramago, "O evangelho segundo Jesus Cristo". Os
corvos, pela esperteza do primeiro corvo que não voltou,
ficaram livres desse triste destino. Vem então o Novo
Testamento que sacraliza definitivamente as pombas, ao
relatar que o Espírito Santo é uma pomba. Sobre isso leia-se
o poema de Alberto Caeiro em que ele conta como Jesus voltou
à terra, tornado outra vez menino. É lindo.
Brincadeira de lado, o embaraço dos pais e a pergunta do
menino revelam a confusão que marca essa festa. Ninguém sabe
direito o que é que está sendo celebrado. E, para dizer a
verdade, acho que são bem poucos aqueles que fazem alguma
celebração. Antigamente semana santa era coisa séria. Lembro-
me da procissão do enterro, os panos roxos, a banda de música
tocando a marcha fúnebre de Chopin, as matracas, as mulheres
mais piedosas carregando pedras na cabeça, como penitência...
Isso mesmo: as mulheres carregavam pedras na cabeça. Como é
bem sabido, Deus gosta de ver os seus filhos e filhas sofrer.
Isso para não dizer da quaresma que a antecede, tempo em que
as hostes do mal, demônios de todos os tipos, assombrações,
mulas sem cabeça, almas penadas, ficavam soltas e todo mundo
tinha medo de sair à noite. Sempre havia alguém que relatava,
pela salvação da mãe morta, que havia visto uma mula sem
cabeça numa encruzilhada à meia-noite. Meia noite era a hora
do medo. E no escuro ouvia-se o zunido sinistro dos berra-
bois. Semana Santa era um tempo metafísico, entre o céu e o
inferno.
Agora é diferente. Páscoa é domingo, pé de cachimbo, cachimbo
é de barro, bate no jarro, jarro é de ouro, bate no touro,
touro é valente, chifra a gente, a gente é fraco, cai no
buraco, buraco é fundo, acabou-se o mundo... Páscoa é fim de
semana santa, feriado de três dias, a praia está esperando,
hora de se preparar para a viagem...
Contou-me um sacerdote da Igreja Ortodoxa Russa que lá a
Páscoa é uma grande festa. O comunismo não foi capaz de
destruir a alma do povo. Pela manhã as pessoas saem pelas
ruas e se cumprimentam dizendo: "Cristo ressuscitou!" E o
outro responde, com uma risada: "Sim, ele ressuscitou!" ( A
obra sinfônica de Rimski-Korsakov "A grande Páscoa russa" é
linda". E agora percebo que faz muito tempo que não a
ouço. ) . Entre nós, país onde 99% das pessoas acreditam em
Deus ( acreditam porque acham que, se não acreditarem, é
capaz de ele, Deus, enviar algum castigo... ), a Páscoa é
como uma casca de cigarra presa no tronco de uma árvore.
Vazia. Morta. Não tem nada lá dentro. Mas já foi o corpo de
um ser vivo que, cansado de ficar preso na casca, criou asas
e voou. A Páscoa, com seus ovos de chocolate, é celebração
inconsciente de um tempo que não existe mais, tempo em que se
acreditava. Os ovos de chocolate, vocês sabem, são tão ocos
quanto as cascas de cigarra...
Na tradição cristã mais antiga a semana santa era um teatro,
o drama da vida dentro de uma casca de noz. Teologia mínima.
Duas cenas apenas. Primeira cena: a morte e o seu horror
parecem triunfar. Segunda cena: a vida sai do túmulo de
pedra, deixando-o vazio como uma casca de cigarra.
A Adélia diz: "De vez em quando Deus me castiga, me tira a
poesia. Olho uma pedra e vejo uma pedra..." Tem gente que
ouve o canto das cigarras e ouve apenas o canto das cigarras.
Tem gente que fala Páscoa e só vê ovo de chocolate. Pensam na
ressurreição como algo aconteceu, faz muito tempo, num lugar
distante. ( Impossível. mortos não ressuscitam. ) E pensam em
algo que acontecerá de novo num tempo distante, muito longe,
no futuro ( Impossível. Mortos não ressuscitarão.). Mas a
poesia não conhece nem o passado e nem o futuro. O passado
sobre que a poesia fala é presente na memória e nos
sentimentos. O futuro sobre que a poesia fala é presente na
esperança. Assim os poemas da ressurreição falam sempre do
presente. A Morte é agora. Nós somos o túmulo. "Quem anda duzentos metros sem vontade anda seguindo o próprio funeral vestindo a própria mortalha...' Muita gente morreu e não percebeu. Mas a Ressurreição pode acontecer também agora.
Tenho, no meu escritório, uma tela de Pierro della Francesca
( 1410 - 1492 ) chamada "Ressurreição". A pedra do túmulo
corta a tela em duas partes. Na parte de cima, com seu pé
sobre a pedra, o Cristo ressuscitado. Na parte inferior,
encostados à pedra, os guardas adormecidos. Perguntam-me
sobre o sentido da tela. Respondo que não sei o sentido da
tela. As telas têm muitos sentidos. Eu só posso dizer os
pensamentos que aquele quadro me faz pensar. E digo: enquanto
os guardas da morte estão dormindo, o divino que mora em nós
sai do sepulcro. Sabem disso as cigarras. Caminhando hoje pela manhã na fazenda Santa Elisa eu ouvi o seu canto. Já haviam deixado suas cascas nos troncos das árvores. Agora são seres alados. Cantam e voam, a procura
do amor...Acho que estão celebrando a Páscoa..."
Benefícios da água oxigenada...
ÁGUA OXIGENADA
Você sabe os benefícios que a água oxigenada traz?
90% das pessoas não sabem, porque não é divulgado,
... por ser um produto de fácil acesso e que não dá lucro por ser muito barata!
Por isso, pesquisei muito e trago as informações que vão te auxiliar no dia-a-dia, acompanhe a lista de benefícios:
1- Mata os germes bocais;
2- Clareia os dentes (coloque uma colher de sobremesa de água oxigenada vol. 10 e faça bochecho, depois cuspa);
3- Tira os germes das escovas de dentes que causam gengivite e outros (mantenha a escova numa solução de água oxigenada);
4- Desinfeta as superfícies melhor que qualquer outro produto (excelente para banheiros e cozinhas);
5- Elimina fungos dos pés que causam chulé (utilize á noite sobre os pés, também evita frieira e outros fungos);
6- Evita infecções;
7- Desinfeta;
8- Ajuda na Cicatrização (use várias vezes ao dia, alguns casos de gangrena regrediram com o uso);
9- Mata germes e outros microrganismos nocivos;
10- Alivia o nariz que estiver com constipações, gripe ou sinusite (misture meio-a-meio com água pura e pingue no nariz, espere alguns minutos e assoar o nariz);
11- Ajuda manter a pele saudável (use no banho, pode ser usada em caso de micose);
12- Desinfeta roupas que tiveram contato com sangue ou secreções corporais (deixe de molho numa solução de água oxigenada antes da lavagem normal);
13- Mata bactérias na cozinha, inclusive salmonela (após o uso dos utensílios, desinfete com água oxigenada);
14- Remove tártaro dos dentes (molhe a escova com a água oxigenada e escove normalmente, o tártaro sai aos poucos);
15- Descolorir pelos dos braços (aconselhável passar creme de óleo de amêndoas antes de iniciar o processo, use a água oxigenada vol. 40 + pó descolorante, passar sobre os pelos que deseja descolorir e aguardar entre 10 á 30 minutos, lave o local onde passou a loção, após o processo);
16- Clareia as manchas no rosto (passe toda noite com leves toques em cima da mancha que deseja sumir);
17- Clareia as unhas (coloque num pote água quente e uma tampinha de água oxigenada ou uma colher de sopa do produto, deixe suas unhas mergulhadas nessa solução por 10 minutos e retire. Obs: As unhas devem estar limpas e sem esmalte);
18- Tira água do ouvido (pingue uma gota de água oxigenada e tira aquele efeito aquário, quando fica muito tempo na água da piscina ou do mar);
19- Deixa os pés lisos, livre de rachaduras (coloque 10 comprimidos de ácido acetilsalicílico 500 mg + 1 vidrinho de glicerina médio + 1 vidrinho de água oxigenada, triture os comprimidos de ácido acetilsalicílico num recipiente, até ficar em pó, acrescente os demais ingredientes, misture e tampe. Use à noite, antes de ir dormir);
20- Tira manchas de vinho e de sangue das roupas (pingue em cima da mancha e depois lave normalmente, proceda com água fria de preferência).
Por favor, se gostam de nosso trabalho, curtam nossa página e a adicionem à sua lista de interesses:
http://www.facebook.com/ DiarioDeHospitalVer mais
Você sabe os benefícios que a água oxigenada traz?
90% das pessoas não sabem, porque não é divulgado,
... por ser um produto de fácil acesso e que não dá lucro por ser muito barata!
Por isso, pesquisei muito e trago as informações que vão te auxiliar no dia-a-dia, acompanhe a lista de benefícios:
1- Mata os germes bocais;
2- Clareia os dentes (coloque uma colher de sobremesa de água oxigenada vol. 10 e faça bochecho, depois cuspa);
3- Tira os germes das escovas de dentes que causam gengivite e outros (mantenha a escova numa solução de água oxigenada);
4- Desinfeta as superfícies melhor que qualquer outro produto (excelente para banheiros e cozinhas);
5- Elimina fungos dos pés que causam chulé (utilize á noite sobre os pés, também evita frieira e outros fungos);
6- Evita infecções;
7- Desinfeta;
8- Ajuda na Cicatrização (use várias vezes ao dia, alguns casos de gangrena regrediram com o uso);
9- Mata germes e outros microrganismos nocivos;
10- Alivia o nariz que estiver com constipações, gripe ou sinusite (misture meio-a-meio com água pura e pingue no nariz, espere alguns minutos e assoar o nariz);
11- Ajuda manter a pele saudável (use no banho, pode ser usada em caso de micose);
12- Desinfeta roupas que tiveram contato com sangue ou secreções corporais (deixe de molho numa solução de água oxigenada antes da lavagem normal);
13- Mata bactérias na cozinha, inclusive salmonela (após o uso dos utensílios, desinfete com água oxigenada);
14- Remove tártaro dos dentes (molhe a escova com a água oxigenada e escove normalmente, o tártaro sai aos poucos);
15- Descolorir pelos dos braços (aconselhável passar creme de óleo de amêndoas antes de iniciar o processo, use a água oxigenada vol. 40 + pó descolorante, passar sobre os pelos que deseja descolorir e aguardar entre 10 á 30 minutos, lave o local onde passou a loção, após o processo);
16- Clareia as manchas no rosto (passe toda noite com leves toques em cima da mancha que deseja sumir);
17- Clareia as unhas (coloque num pote água quente e uma tampinha de água oxigenada ou uma colher de sopa do produto, deixe suas unhas mergulhadas nessa solução por 10 minutos e retire. Obs: As unhas devem estar limpas e sem esmalte);
18- Tira água do ouvido (pingue uma gota de água oxigenada e tira aquele efeito aquário, quando fica muito tempo na água da piscina ou do mar);
19- Deixa os pés lisos, livre de rachaduras (coloque 10 comprimidos de ácido acetilsalicílico 500 mg + 1 vidrinho de glicerina médio + 1 vidrinho de água oxigenada, triture os comprimidos de ácido acetilsalicílico num recipiente, até ficar em pó, acrescente os demais ingredientes, misture e tampe. Use à noite, antes de ir dormir);
20- Tira manchas de vinho e de sangue das roupas (pingue em cima da mancha e depois lave normalmente, proceda com água fria de preferência).
Por favor, se gostam de nosso trabalho, curtam nossa página e a adicionem à sua lista de interesses:
http://www.facebook.com/
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Se eu gosto mais do sol ou da lua?
Eu gosto bem mais da lua... Amo a noite... o silêncio, o frio e o escuro.... O dia me cansa... Gosto de serra, não gosto de praia, gosto mais de doce que de salgado, gosto mais de gelado que de quente.... Mais gosto muito mais do que é verdadeiro. Que seja salgado, quente, ou sei lá o que!!! ... continua!!!!kkkkkkkkkkkkkkk
Penso, logo existo... Penso, logo sofro!!!!!
E de tempos em tempos a gente vai descobrindo o mundo e se descobrindo... E lendo e conversando e vivendo a gente vai descobrindo e reinventando o nosso mundo.... Descobri que eu gosto de violar, falar o que ninguem diz, invadir o que não se pode pensar, e de pouco em pouco e de muito me machucar percebo que o mundo não é tão belo e é sempre muito burocrático. Uma vez, um advogado, não tão meu amigo me disse que deixou de ser petista porque o partido se burocratizou... Na verdade, nós todos nos burocratizamos... Crescer é tornar-se hipócrita, e parece que quanto mais parecemos maduros e socialmente respeitáveis, mais hipócritas, demagogos e senso comum somos.
Odeio essa expressão: senso comum, mas adoro u´sá-la para me referir a pessoas que não são autênticas.
A cidade em que eu moro é muito vazia. Ela é muito dinâmica, mas sua dinâmica é vazia. Vazia de sentimentos, de ideais, de bondade. As pessoas só conseguem falar sobre direito e superfluidades. Esse Direito que vos falo também é uma superfluidade porque ele não atinge as pessoas de modo humano. O Direito daqui não fala em ética. Acho que ética é viver o Direito do outro. Direito é viver a ética porque ética é respeitar o outro.
Os homens daqui são asquerosos. Eles passam por cima de tudo para alimentar a sua vaidade. E não falo só de um. Aqui não se namora em praça..... Ninguém vê as pessoas namorando nas praças. Aqui, namora-se dentro de carros. E a juventude se burocratiza. As pessoas não paqueram, não andam de mãos dadas. Elas ficam e depois assumem se acham conveniente... A minha juventude era linda. Ou pelo menos a cena que eu criei, como disse Rubem Alves. A cena.... Aquela externalização da sua psiquê. As pessoas não estão se importando em viver poesia. Vivem se burocratizando... Fingem que vivem se acham que é conveniente. De conveniência em conveniência.... Burocratizam-se...
Odeio essa expressão: senso comum, mas adoro u´sá-la para me referir a pessoas que não são autênticas.
A cidade em que eu moro é muito vazia. Ela é muito dinâmica, mas sua dinâmica é vazia. Vazia de sentimentos, de ideais, de bondade. As pessoas só conseguem falar sobre direito e superfluidades. Esse Direito que vos falo também é uma superfluidade porque ele não atinge as pessoas de modo humano. O Direito daqui não fala em ética. Acho que ética é viver o Direito do outro. Direito é viver a ética porque ética é respeitar o outro.
Os homens daqui são asquerosos. Eles passam por cima de tudo para alimentar a sua vaidade. E não falo só de um. Aqui não se namora em praça..... Ninguém vê as pessoas namorando nas praças. Aqui, namora-se dentro de carros. E a juventude se burocratiza. As pessoas não paqueram, não andam de mãos dadas. Elas ficam e depois assumem se acham conveniente... A minha juventude era linda. Ou pelo menos a cena que eu criei, como disse Rubem Alves. A cena.... Aquela externalização da sua psiquê. As pessoas não estão se importando em viver poesia. Vivem se burocratizando... Fingem que vivem se acham que é conveniente. De conveniência em conveniência.... Burocratizam-se...
"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."
Rubem Alves
| Relacionamento Tênis e Frescobol por Rubem Alves |
| Comportamento |
|
Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os
casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo Tênis e
há os casamentos do tipo Frescobol.
Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Os casamentos do tipo Frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: "Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?" Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar. Sherezade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O Império dos Sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, Sherezade o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes. Fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo". Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, eu te amo não quer dizer mais nada". É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma". Tênis é um jogo feroz. O objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada. Palavra muito sugestiva - que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro. Frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos... A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá.... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão.. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde. Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres ao vento. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim... |
“É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a
‘cena’. ‘Cena’ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer
experiência amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá
completar a cena. Antes de te conhecer eu já te amava.... E então,
inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o
conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o
que procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados”
Rubem Alves
E sempre lembrar disso...
Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
Rubem Alves
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
domingo, 7 de abril de 2013
E como diria Marisa Monte...
E no meio de tanta gente eu encontrei vc, entre tanta gente chata e sem nenhuma graça....
Quanto mais te procuro, mais encontro pessoas chatas, e no final a única pessoa que não acho é exatamente vc!!!!
Quanto mais te procuro, mais encontro pessoas chatas, e no final a única pessoa que não acho é exatamente vc!!!!
Assinar:
Comentários (Atom)














